A saudade e o aperto no peito!
Não há palavras que expliquem a angústia da distância dos nossos. Entre os estou bem e as fotos bonitas de dias bons, estão as ausências de noticias dias seguidos, os medos do pior.
Imagino muitas vezes como será a cabeça de um miúdo de 20 anos que passa dias aos tiros para proteger uma população que mal conhece, privada de boas condições de vida à mercê de milícias que recrutam miúdos de 10 anos para soldados.
Imagino como virá essa cabeça num regresso à vida que por cá espera. O que vai guardar ou querer esquecer.
Imagino estes miúdos, homens orgulhosos da missão que desempenham, surpresos muitas vezes ao encontrarem na experiência de uma vida, coisas que não esperavam, ao conhecerem lugares que existem mas onde Deus parece se ter esquecido de passar.
Imagino as orações das mães e pais que esperam que o tempo passe, que volte a ser natal mas com todos mais perto, que anseiam noticias e querem dar abraços.
Imagino o vazio no peito dos irmãos, os mais próximos de forte ligação, separados por tantos kms e envoltos preocupações, a sentirem só pelo tom da voz os dias menos bons de quem está longe… a sentirem falta de companhia para um cigarrou ou um desabafo!
Imagino a saudade e o aperto no peito!
A internet substitui as cartas de guerra, ajuda nas saudades, vemos o rosto mais magro ou mais cansado de quem foi à dias de mais e o tempo está a demorar para trazer. Benção dos tempos modernos. Benção que não mata saudades, não desaperta o coração!
Mal posso esperar que regresses, com a cabeça no lugar e o coração bom que levas-te daqui! Mal posso espera que regresses. Mano, mal posso esperar que regresses, quando chegares, para nós, será Natal outra vez!