Agosto, quando passei a gostar de ti…
Nunca fui muito fã do mês de Agosto. Aquele mês em que o mundo ia de férias com os pais quando ainda éramos pequenos, (e eu ía com os meus pais em julho) o mês em que não via muitos amigos, que tinha que ir à procissão na romaria da aldeia vizinha, aquele mês de verão em que fazia frio durante a noite e às vezes chovia, aquele mês que anunciava o regresso à escola…
O tempo passou, já crescida continuei a não gostar da confusão na praia, nos restaurantes, no transito que se esperava calmo.
Dos preços loucos que um café pode gostar, dos excessos de muitas noites de um mês do qual nunca gostei muito.
Agosto é um verão que passa a correr. Uma cidade a meio gás Um mês para ir de férias e se descansar delas.
Quis a vida, que num agosto qualquer viesse a gostar deste mês. Quis que hoje lhe guarde uma gratidão imensa.
Agosto é um mês em que nasço de novo. Em que me encontrei comigo, encontrei as linhas de um eu que não se pode esquecer de si, para seguir sempre mais forte.
Agosto é hoje um mês de vida, da minha vida.
Um mês de revisão de matérias dadas, de independência, de lucidez, de aprender a errar, de levantar a cabeça com o que temos e o que somos, de seguir em frente sempre.
Passou por mim para me deixar ser mais feliz, para me ensinar que os caminhos são como são e são sempre diferentes, sendo que mesmo que achemos que não, nós estamos sempre prontos a caminhar. Caminhantes com escolhas nem sempre boas, nem sempre fáceis.
Agosto, um mês para me amar sempre mais, me reencontrar em cada caminho com o que sou. Redescobrir que só, sou também eu, que posso muito, posso tudo. Que eu feliz posso fazer os outros ainda mais felizes.
Mês de abrir os braços ao mundo e ao mesmo tempo dizer: estou aqui para mim!
Festejo Agosto com muita gratidão, celebro este mês cá dentro, sem festas, brindes e foguetes, mas com o coração aberto e a alma limpa de todo o lixo que não interessa.
Agosto é um pequeno leão dentro de mim, um leãozinho vivo e pronto para o que está para vir!
Querido Agosto, há um ano (que são agora 2) que passei a gostar de ti, na solidão em que me encontraste, como que se de um mês de aniversário se tratasse.
Somos como o tempo, somos as pessoas que passam, somos compostos e misturas que às vezes entram em ebulição, somos nunca certezas certas e sempre “nuncas” que nunca podem ser. Somos sempre Agosto, às vezes só nos esquecemos de nos lembrar disso… (e quando assim é, a vida trata disso…).
Agosto… esforço-me para não me esquecer de ti …