Bagan, quando o Myamar é um lugar perfeito…
Os lugares mais fantásticos do mundo quase nunca ficam perfeitos nas Photos. Mas, guardam-se na memória pelo momento que foram, pelo sentir que nos proporcionaram.
Bagan, de uma beleza maior ao “lusco-fusco” é assim.
Chegamos a Bagan a tempo do nascer do dia, (depois de uma viagem assombrosa de autocarro nocturno). De pés descalços e frios, pingo no nariz, entre a escuridão de uma noite estrelada, subimos ao topo de uma pagoda. Entre mil câmaras e telemóveis estávamos entre outros que como nos viram centenas de templos brotar entre uma densa vegetação e dezenas de balões de ar a voar sobre eles!
Amanhecia em Bagan.
Um dos lugares mais incríveis que visitei, entre areias a atolar pequenas motas eléctricas, entre um céu carregado de estrelas cadentes, noites muitos frias e dias quentes e áridos, Bagan está por ali, como quem está por todo o lado. Não é um deserto nem uma serra, mas quase que poderia ser um pouco dos dois.
Mais de 40 kms e 2000 mil templos de aventuras para ver em poucos dias.
Templos com frescos protegidos e antigos, quase sempre fechados, templos tortos, templos reconstruídos ao acaso, destruídos por sismos que por ali são comuns e por toda a história de tempo que ali têm passado, desordenadamente e sem controlo, pousam para turista ver, como se aquele fosse agora o seu único destino.
Entre o nascer do sol, e os balões de ar quente que pintam de mais beleza a paisagem, mesmo que brotem de um negócio europeu que antecipa a chegada de ainda mais turistas. É um por do sol estrondoso que fecha um dia de calor imenso, que faz surgir a noite húmida e fria, numa Bagan que é sem dúvida especial.
Um pequeno lugar que encerra uma beleza histórica do Miamar, que muda e quer abrir as suas portas ao mundo, bem diferente da montanha, das aldeias construídas em cima do rio, ou das cidades confusas e sujas que nos fazem lembrar a Índia.
Guarda em si uma essência ancestral, de estupas e templos sagrados que se visitam ao ritmo do ciclo que é um dia, onde o sol dita de que lado da beleza te vais sentar, de pés frios e sem sapatos a fotografar ou contemplar.
nota: Miamar foi o segundo stop da nossa volta ao mundo de mochila às costas, que foi também a nossa lua-de-mel. 10 dias sem luz, muitas vezes sem água e pequenas estadias em lugares arcaicos e não muito baratos, rodados entre autocarros estranhos e maus que nos levaram aos lugares perfeitos do Miamar. Janeiro de 2016