Buenos Aires, cidade de 5 sentidos.
Faz calor, muito. Abafado e seco.
Janeiro quente este que acaba.
Na rua, um espanhol rápido e estranho ouve -se entre o chinelar de mulheres atarefadas e pouco vestidas, que se mistura com o roncar de autocarros velhos mas muito frequentes.
Onde passam turistas ouve-se tango, há ainda uma espécie de dança controlada por uma espécie de chulo, cujo objectivo é por os turistas a dançar e cobrar pela foto com bailarinos que vestidos a rigor ganham os seus dias naquelas calçadas.
Os meus olhos observam uma cidade às cores, de ruas altas, de largas e grandes avenidas aqui e ali pintalgadas com história de um país inteiro.
O tango para turista ouvir embala o corpo num ritmo quente.
Com todos os outros ruídos de lado, o som mágico da guitarra espalha -se por todo o corpo que devagarinho se abana numa vontade de o aproveitar, de parar num lugar, por qualquer bocadinho, parar o tempo e de olhos abertos, sentir a música… dançar.
Envolvemos nossos corpos num abraço e entre uma cerveja comprada num chinês qualquer soltamos o corpo suado ao calor da cidade e mesmo ali, de mochila nas costas dançamos um pouco.
O paladar recebe sabores fortes de carne tenra que se corta à colher e mal viu a grelha, empanadas de recheios tradicionais e diversos e claro, doce de leite, doce de leite de qualquer maneira, em todo o lado e com quase tudo.
Buenos Aires sente-se no corpo, na boca e na alma. Dança-se e quase que se come devagar entre a agitação de uma cidade grande e o tempo que lhe queres .
Para lá de tantas atracções, museus gratuitos, cafés antigos, história, bairros modernos, de estilo europeu a nascer fora do centro, que trazem locais cheios de estilo para as ruas, mochileiros, viajantes e bloggers, para lá da Mafaldinha, para lá do espanhol cantado, para lá de comida de comer e chorar por mais, o melhor de Buenos Aires é o que se dança, o que se ouve, o que se vê pelas ruas, a vida de toda um cidade fantástica, que se prova a cada esquina e se contempla numa de muitas sombras quentes num parque qualquer sem nenhuma pressa que o tempo que corre passe.
Partimos agora Argentina abaixo, depois de ti Buenos Aires namorado… vemos-te na subida!