…Hesse…
Somos,fluindo de forma em forma docilmente:
Movidos pela sede do ser atravessamos
O dia, a noite, a gruta e a catedral
Assim sem descanso as enchemos uma a uma
E nenhuma nos é o lar, a ventura, a tormenta,
Ora caminhamos sempre, ora somos sempre o visitante,
A nós não chama o campo, o arado, a nós não cresce o pão
Não sabemos o que de nós quer Deus
Que, barro em suas mãos, connosco brinca,
Barro mudo e moldável que não ri nem chora,
Barro amassado que nunca coze
Ser enfim como a pedra sólido! Durar uma vez!
Eternamente vivo é este o nosso anseio
Que medroso arrepio permanece apesar de eterno
E nunca será o repouso no caminho
Hermann Hesse
(Porque se descobrem almas sábias e pensamentos dos outros repletas de palavras que melhor alinhadas por nós, nada seriam de tão bom, não custa pegar e colocar aqui, saborear e trincar de quando em vez, porque descobrir é o acto eterno de quem não quer deixar de viver, e de quem sabe que mesmo depois de corpo frio, nele jaz a vontade de sempre ficar… não sei se viver é encontrar, mas sei que enquanto houver por descobrir não se pára de procurar…)