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Ombros destapados e decote acentaudo, dão brilho ao vestido branco que lhe escorrega até ao joelho, traz a ponta do pé descalça, e dança abraçada ao vento numa nuvem qualquer.
De mãos no vestido, vazias de cor, dança, observa as unhas tortas e de longe tão perfeitas e dança, encolhe os ombros e ri, ri muito, solta uma e outra gargalhada que se mistura com a musica que ouve.
Desamarra o cabelo que indisciplinado teima e esvoaçar, ligeiramente sobre os seus braços, ligeiramente sobre si, e ela toca-lhe, toca-lhe e dança, dança vestida de branco, dança com o vento e ri…
Num momento unico e descontrolado sabe que pode ser assim, respira o ar que é naquele instante só seu, respira e concentra-se em si, dança como se ninguem estivesse ali, pede como se ninguem a ouvisse, e ri, ri muito, fala com os olhos às suas gargalhadas e com os ombros ao seu desejo.
O seu corpo mexe descontrolado, o seus lábios espelham todas as suas vontades, mesmo quietos e delicadamente colocados no seu rosto…
Anda louca, dança, louca e ri…
Depois do sol, do frio que o vestido branco lhe irá causar, regressa a si, coloca os olhos outrora iluminados no seu espelho e vê se do jeioto que é, passa um risco negro por cima e por baixo e volta ao decote de algo que não é… despe e veste de novo, e não de branco…
Descança da loucura e controlasse para não rir, para não rir muito, volta a ser inócua de insanidade, fica mais seria, menos serena, deveria dizer, mais a serio. Vai pintar as suas palpebras de cinza, mesmo sabendo que dourado lhe fica melhor, vai pintar os lábios de roxo mate a olhar para um rosa brilhante que realçaria o seu rosto…Afinal é sempre mais facil esconder a fragilidade do que é dançar de noite, no negro de uma pista qualquer e guardar para os dias a solidão perfeita de um vestido branco que brilha no vento e rejubila numa luz fusca de um dia de inverno qualquer.
Doce, não?
Brilhante, nã0?
Fresca, Não?
Tenue, Não?
Perfeita NÂO?
imperfeita….com toda a cereteza
Acre…um pouco acida, por certo,
Fusca..claramente
Quente, talvez
Acentuada…. hehehh
Assim, porque de outra forma, não saberia dançar, de outra forma não é… esconde-se no toque dos ombros, na sua própria dança, nega-se ao brilho, porque se brilhar chegaria a ribalta que destesta…
Enquanto ela dança tantas passam por ali, por todos os lados onde gostaria que a vissem passar, mas prefere assim…
O vento sempre volta a passar, e poderá levar a menina do vestido branco à subtileza de ser uma mulher com coragem de dançar para ti…