Ir à terrinha!
Adoro ir a casa dos meus pais.
Adoro que o miúdo tenha contato com os avós. Que o estraguem com vontades e o deixem fazer coisas que não faria em casa.
Adoro que acorde de manhã a querer ir para a cama deles. Ou que me leve pela mão até à varanda e me diga: mãe, ouve, são os passarinhos.
Adoro que o Xavier tome banho numa bacia da feira, que também pode ser uma piscina para chapinhar na rua.
Adoro ter uma avó para visitar.
Adoro encontrar os meus dois irmãos em casa. Adoro a mesa cheia do barulho de muita gente a falar alto e que ninguém tenha razão. Adoro a comida da minha mãe e do vinho escolhido a dedo pelo meu pai.
Adoro ir passar uns dias.
Adoro sair com o André e saber que o miúdo fica bem.
Adoro ir e voltar.
Não seria capaz de morar na terrinha, mas trazia a terrinha para mais perto, ou então a família.
Este fim-de-semana calhou-me conduzir até lá. Sentir as mais de 3 horas de caminho, parte delas na Ip3. Uma estrada sem opção e que temos de fazer para lá chegar.
Um entre tantos elementos que contribuem para o isolamento. Para que as pessoas prefiram outros destinos para conhecer que não passam pela calma da minha terrinha.
Não devia ser assim… devíamos estar mais perto, ou pelo menos, chegar mais facilmente. Ir, povoar, encher tantos eventos culturais gratuitos que existem, visitar, fazer circular a economia e claro conhecer as pessoas.
Não devia, mas é! Ir à terrinha é fazer o ip3 sempre em obras para chegar a qualquer uma das casas. É demorar hora e meia ou mais até que este troço acabe. É pensar duas vezes na viagem quando é inverno, chove e a estrada é perigosa com gelo, ou quando é verão e o risco de incêndio dispara!
Devia ser mais perto ir e voltar de e para casa!