Passa Por Lá #3
Teimosa esperança a dos sonhos, teimosos sonhos os que nos alimentam a esperança…
Tenho pensado na espera, tenho esperado que os pensamentos respondam a muitos dos meus anseios, ficar por aqui em memórias, neste lugar que gosto, mas onde tu não tens passado.
Estranhamento tenho sentido o vazio da ausência, mesmo sabendo que esta não se pode assim chamar, nunca foste ausente, eu sei bem que não, fisicamente presente, nunca estiveste verdadeiramente presente, a tua tridimensionalidade desproveu-se de intensidades.
Vazio de sensações, apetece-me dizer-te que mesmo assim, consigo sentir-te aqui, quase tocar-te nos meus sonhos, quase falar-te em pensamentos e quase ver-te na perfeição por aí, aí fora onde sei que tu estás.
Não fosse esse fora tão longe e eu já tinha passado por lá, não fosse esse fora tão teu… e tão meu o lugar onde agora estou.
Não fosse eu tão fraca e deixasse o medo instalar-se já tinha gritado bem alto, que afinal, a espera angustía, já tinha sussurrado ao teu ouvido esta vontade toda por mim assumida e já me tinhas ouvido pedir-te, por favor vai-te, nunca mais passes mais por cá…
Houve uma vez que te encontrei num sonho. Sorriste. Eu toquei-te. Sei que foste minha por 5 segundos. Pode parecer pouco tempo, mas o tempo é relativo porque o que interessa é o momento. O momento em que nos abraçamos, aquele espaço de tempo intemporal em que todos os relógios do mundo pararam porque os deuses assim o ordenaram.
Ao acordar chorei e senti a tua falta. Fiquei com raiva, gritei! Amaldiçoei o deus que criou os sonhos.
Mas de repente percebi, que esse mesmo sonho que me tinha feito chorar e gritar de revolta, me tinha dado 5 segundos de felicidade. Os únicos segundos das nossas vidas, em que fomos um só, unidos pelo sentimento. Sorri e voltei a adormecer.
Afinal o sonho que nos arranca as lágrimas mais bem guardadas, é o mesmo que nos desperta aquele sorriso de histórias de encantar, de príncipes e de fadas.