Um dia..
Um dia acordas e descobres que consegues voar, um dia acordas e sabes que no fundo tudo está diferente, a janela está aberta, e sabes como deixá-la assim…deixas de ter medo do vento, da tempestade, olhas o horizonte e sabes o que queres encontrar.
Um dia, a noite fica mais quente, fica com o som daquela voz, fica com o espirito daquele sorriso rasgado feliz, prazeiroso capaz de espelhar a docura de um qualquer simples e ocasional facto…
As coisas pequenas são assim, as verdadeiras prendas do tempo, são as que levamos connosco para todo lado, as que marcam as nossas recordações, as que escrevem sem parar as nossas noites sem dormir…
São as pequenices que nos fazem existir assim entre um mundo de outros, entre um mundo de encontros e desencontros, e claro medos.
Ultimamente ando perdida entre a angustia de não saber nada e sentir que sei, entre o encontro e o desencontro de nada poder fazer para encontrar o que não sei ainda como é, mas, tanto suponho…Confuso, tal qual estas ultimas palavras está o rio que corre cá dentro de mim, confuso, disperso, espiralizado, mas sincero… nas lágrimas, nos pensamentos e em tudo o que vai passando aqui, neste rio só meu.
Eu quero um dia diferente, não para eu voar, mas para te ver voar para mim, quero a noite quente, noite em que a brisa não sou eu, não és tu, mas é o somos dois…
Quero o momento e não o que poderá ou não vir depois, quero o momento e não a estrada toda que sempre nos separa por tantos motivos… e que pode sempre estar por lá.
Quero o momento e só, mais nada, quero-o assim, tal qual como gosto de ser, simples, forte, marcante, signigicante, feliz…
Não sei se és capaz de vir, capaz de dizer, capaz de fazer, se queres um momento assim, se o desejas se o pensas, sei no entanto que se tu o quiseres sabes que para o viveres, podes simplesmente andar, mais ou menos devagar, carregares os bolsos com o que tu és, deixares a mala em casa, e sozinho, arriscar… o momento as vezes nada mais é que o próprio ser, o momento é, um dia, passar por lá…