um quarto com vista… para um descanso
ouve-se o mar. a força das ondas a embater na rocha escura pro vezes parece uma chuva que não para de cair.
as gaivotas cantam, ou choram, não sei bem, fazem-se sentir, misturaram-se com os sons do vento, de outros pássaros e o mais intenso de todos, o som do mar.
ao longe a luz de um sol que se põe do outro lado da ilha, e o tempo, o tempo que não pesa, e não se sente.
voltas na cama, dormir sem despertador, sem estores nas janelas, respirar devagar, correr de manhã, ou nunca, ou de tarde, ou talvez depois. aproveitar o despretensioso lugar com uma infame vista. fazer amor, rir do nada, gargalhar de um tudo que é estúpido, que só lembramos na ausência daquele misto de coisas e informações que deixámos em Lisboa…
respiramos devagar, ouvimos um cão que ladra ao vento que passa… saímos do quarto que também é casa, e lugar para ficar estes dias, olhamos o infinito… tão simples este lugar, tão imensa esta vista, vista para um descanso, um qualquer, simples e merecido.
encontras um saca rolhas, abres um vinho da ilha, fresco com a brisa da noite que chega… com vista para este descanso vamos bebê-lo.
olho-te,olho em frente, e penso tão bom este tanto nada para fazer…
( e peço para a minha sede de energia não o esgote rápido)