Coisas que fazemos com o nosso Filho!
Janeiro foi Janeiro. Lembrámos os 19 meses do Xavier numa correria onde outras coisas acabaram por ser mais urgentes, e lá se foram resolvendo a bem.
Percebemos, juntos que o tempo está a passar muito rápido porque o Xavier não para de crescer. Pede para ouvir música, canta, dança, come sozinho, quer fazer tudo sozinho. O cabelo que ainda não cortámos quando está molhado chega-lhe às costas e sem sabermos como já fez 20 meses.
Espero que deixe de gostar de beber a água do banho, para ver se ganho coragem de o inscrever em alguma piscina das redondezas.
Tem cócegas e sabe o que são. Gosta de jogar ao jogo do apanhei-te, adora abraços, mimos, já dá beijinhos e leva a nossa cara à dele para os enchermos deles. Repete absolutamente tudo o que ouve. Vê a letra X nas formas da rua e sabe muitas outras do seu nome, mas não vou continuar aqui a gabar-me, porque sim, adoro o pequeno, acho-o lindo de morrer e muito mais coisas como devem imaginar, mas sou suspeita.
Queria mesmo era escrever sobre as coisas que fazemos com ele. Algumas coisas que fazemos ou fizemos porque sim. Outras que fazemos porque gostamos. Coisas que nos parecem lógicas e acho que são coisas que como quaisquer outros pais, fazemos porque achamos que estamos a fazer o melhor.
. Come sólidos desde os seis meses. Entre as sopas e as frutas passadas, demos sempre alimentos ajustados à idade logo aos seis meses. Sei que não fizemos o “Baby Led Weaning” como deve de ser, mas fizemos o que nos pareceu ajustado. Rapidamente morde uma maça, como uma cenoura sem problemas.
. Tomamos o pequeno almoço sentados os 3 (tirando situações em que não é possível e mesmo depois dele ter tomado o leite da manhã, vamos os 3 ou só os 2 quando o pai não está para a mesa);
. Tiramos os sapatos com ele, mal chegamos a casa. Cada um arruma os seus. (de seguida lavamos as mãos, comprámos um banco no Ikea para ajudar a tornar mais prática a logística na casa de banho e um cesto para os sapatos). Não gostamos de usar os sapatos da rua em casa, e ele já sabe também que se vamos calçar os sapatos vamos sair.
. Damos os brinquedos de Natal de forma faseada, ou pelo menos tentamos e alertamos os avós para que não usem o pretexto das visitas para trazer coisinhas. Vamos arrumando alguns mais distantes e trocando, para que vá gerindo os seus interesses e explore diferentes opções. Incentivamos e damos o exemplo da arrumação dos brinquedos, mesmo que por vezes as coisas arrumadas assim permaneçam por curtos espaços de tempo.
. Sempre que possível saímos da escola e vamos ao parque, caminhar na rua, andar de escorrega, ver os cães. Basicamente vamos apanhar ar. Acho que ele gosta bastante, porque pergunta quando entra no carro se vamos e já conhece o caminho para lá. Gostava de fazer isto todos os dias, mas confesso que não faço.
. No caminho de ida e volta da escola, falamos muito, mesmo que às vezes seja só eu a falar e ele vá a olhar para a janela. E noutras vezes fale só ele e eu diga sim sim. Dançamos, batemos palmas e rimos quando lhe apetece. Mas gostamos pelo menos de lhe perguntar como foi o dia, o que fez, esses blás blás todos, mesmo que ele opte por não nos responder, ou por dizer coisas num idioma que ninguém entende.
. Ele nunca gostou muito da parte do ler uma história antes de dormir, desde bebé pequenino que sempre preferiu ouvir-me cantar, muitas vezes canto uma história que invento, mas nos últimos meses temos insistido nos livros, mesmo que ele queira passar as páginas muito rápido, encontre nomes para as personagens e não queira saber de nos ouvir. Se lhe dizemos :qual história queres hoje ele já vai a correr buscar o livro e leva-o para a cama. Progressos portanto. Nada errado com o cantar, mesmo que eu cante muito mal.
. Antes da história, há banho com o pai se estiver em casa (também toma banho comigo 🙈) e jantar. Depois da história recordamos o dia, e esta é de todas as coisas, uma das que achamos mais importantes. Mesmo sem as suas respostas, resumimos o que andou a fazer, o que correu bem e mal, até chegarmos à hora de apagar a luz e dormir. Antes, agradecemos o que temos, oramos por nós, pelos nossos e por um mundo melhor. Digo oramos porque mais que repetir orações feitas agradecemos ter quem nos ame e pedimos protecção e amor.
Acredito mesmo em duas coisas:
. Recordar o dia, as coisas boas e más abre um canal de comunicação entre todos, que sendo um hábito, se poderá prolongar no tempo (espero eu), para que no futuro falemos do bom, dos medos e do menos bom com confiança.
. Acredito na importância de agradecer, de dar graças e valorizar como forma de estar na vida, não sei se vai um dia manter este hábito, se o vai dirigir a Deus, ao universo, ou será só uma reflexão sua. Mas agradecer é por certo um bom hábito.
. Deixei de me importar que a meio da noite venha para a nossa cama. Ele sempre deu más noites. Vão melhorando (sou muito grata por isso). Comecei a perceber que melhor que não dormir é dormir toda torta, por isso cedi. Se a tentativa de o deixar no quarto dele falha, lá vai ele para a nossa cama. E não não o conseguimos deixar chorar. Somos assim. Bem imperfeitos em muitas coisas.
(Quero acreditar que fazemos bem em ter nas nossas rotinas de final do dia estes momentos. Quero acreditar que os vamos conseguir manter. Claro que noites em que adormece no carro, está doente, sei lá, noites em que saímos da rotina, porque acredito que também essas fazem parte da vida, não podemos fazer estas coisas, assim como todas as outras. Mas como sabem esta coisa de viver é feita de excepções e imperfeições. Cá em casa também as aceitamos!)
Estas são algumas das nossas coisas. Coisas nossas que valem o que valem. que nos fazem sentido e que fazemos com a intenção de fazer o melhor para ele e para nós. Acredito que cada família terá as suas dinâmicas e as coisas que gostam de fazer ou fazem como rotina ou como forma de tentar criar bons hábitos. Acredito sinceramente que não há certezas nem dicas infalíveis na parentalidade. Há pais e mães a tentarem fazer o melhor!