Quando o Pai é tripulatnte!
Desde que somos 3 que nunca estivemos tanto tempo afastados. Os últimos dias foram longos.
Bons, para alimentar as saudades, para sentir falta das coisas pequenas. Companhia no sofá, os teus pés, em busca dos meus, na cama, enquanto fogem dos teus. A mesa cheia para jantar, o pequeno almoço demorado. A mão na minha. O beijo. O andar atrás de ti a apagar as luzes.
Saudades de vos ver em palhaçadas juntos, da vossa hora do banho com água por todo o lado. Do sofá todo vosso. Da cama cheia, onde o Xavier é o rei e quase nos faz cair.
Saudades que vamos matando devagarinho. Que dão lugar aos nossos dias, onde aproveitamos muito sem muitas certezas de horários ou folgas, certos que mesmo com as rotinas do miúdo, dentro dos nossos dias muitas vezes ganham os imprevistos.
Cá em casa, já todos sabem, os dias não são iguais, o fim-de-semana é fora de tempo, assim como os dias normais. Os turnos de trabalho do pai não se repetem, a mãe coordena os seus trabalhos para que se existam dias a 3 e claro, momentos a 2 também e a hora de passar a creche nunca ultrapasse as 5 da tarde.
Quando sem contar ficamos sem nos ver, quando te sabemos doente, preocupado e a distância imensa pouco nos deixa fazer para lá de estar perto em pensamento.
Estares longe em trabalho é uma realidade, ficares doente longe não.
Se é verdade que nos vamos habituando cada vez mais a esta realidade, se nos permite fazer tantas coisas noutros dias seguidos em que estás em casa, às vezes parece que nunca estamos habituados realmente à distância principalmente se ela nos mostra alguns contratempos.
Falamos pela Net, juntamos em volta do telefone para bom dia, boa noite, para comermos juntos, tentamos dar a volta ao longe.
Contamos os 3 os dias para o regresso. Para te saber melhor. Para que chegues a casa, para que a hora do banho seja aquela festa que só tu sabes fazer.
Cada vez mais, e digo vezes sem conta, admiro os Pais solteiros, que cuidam de ou mais filhos sozinhos, como admiro os pais que em trabalho estão longe e seguram muitas vezes o coração com as mãos para aguentarem as saudades, por quererem estar perto num ou outro momento e não poderem. Num tempo em que se pensa e dar mais férias escolares aos nossos meninos, que sim, passam demasiado temo na escola, devíamos também pensar em dar mais tempo a todos os pais para estarem em família, perto dos seus filhos, entre brincadeiras e muitos abraços.
Sempre que temos esse tempo gostamos muito dele, o nosso menino feliz é sempre mais feliz quando estamos juntos.